terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Toda existência é caos

Ignore o título ridículo. Pra mim soa totalmente arrogante, como se eu fosse algum filósofo. É que realmente não achei nenhuma maneira mais clara de intitular esse texto.


Eu não sei, todo mundo ama todo tipo de vida, ou de 'não vida'. Todo mundo ama o pôr do sol, animaizinhos, grávidas e seus bebês. Como todas essas coisas fossem divinas.
Eu acho que tô no ápice do pessimismo de não conseguir ver magia nenhuma em nada.


Toda natureza idolatrada só está ali devido a bilhões de anos de caos, explosões, meteoros e espécies que viveram, morreram e sofreram ali, naquele lugar.
Toda gestação de vida humana veio de um ato nojento, provavelmente sem amor e com poucas chances de prosperar. A criatura resultante disso provavelmente vai se foder pra caralho ao longo da vida por haver tantos outros como ele num mundo cada vez mais acirrado em todos os aspectos. Não vejo razão pra se comemorar algo assim.


Há mais ou menos uns dois anos eu vi uma cena que não sai da minha cabeça mais. Estava voltando do serviço e vi um pardal na calçada. Ele estava desesperado, LITERALMENTE desesperado. Batia as asas ali no chão sem voar e a expressão de pura agonia dele é algo que nunca vou esquecer. E não, ele não estava machucado nem ferido de nenhuma forma. Eu pude ficar vários minutos ali vendo aquela cena pra poder ter certeza disso. O motivo do sofrimento dele era porque havia outro pardal bem na frente dele. Morto.
Provavelmente já estava morto há algum tempo, não estava agonizando e nem havia qualquer chance de salvação pra ele, estava totalmente morto. E aquele pássaro que estava ali com ele, refletia a consciência de luto de uma forma absurda.
Era algo que nunca tinha parado pra pensar, animais com sentimentos consistentes dessa forma. Hoje em dia olho pra todos eles de forma diferente, penso que tipos de problemas eles podem estar tendo na vida deles naquele dia, se são realmente "fofos" ou se são mais uma vítima de todo o caos.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Trabalho

Você vai se sentir mal se eu disser "MEUS PÊSAMES" ao invés de "MEUS PARABÉNS" quando me contar que arrumou um emprego? É isso que vem sinceramente dentro de mim quando ouço a notícia. Um profundo lamento.

Talvez você ainda não saiba, mas você não vai gostar desse emprego. E no futuro, talvez mesmo sabendo, você nunca admita isso pra ignorar o fracasso.
Você vai no máximo tolerar essa merda e levar dia após dia sem pensar muito, vai mudar de função ou empresa ao longo do tempo sem ter de fato, uma evolução. Então você vai se aposentar e ganhar o mesmo que ganhou durante a vida toda: o suficiente para sobreviver.
Então, digo mais uma vez: MEUS PÊSAMES, amigo.

As pessoas em geral que sabem desse meu modo de pensar acreditam que sou vagabundo, que não gosto de trabalhar. Eu não sei se esse comportamento tende pro lado de "teoria de conspiração", que alguém possa ter condicionado todo mundo a pensar dessa forma para que continuemos vivendo como ratos numa gaiola, ou se é um sistema interno do ser humano pra seguirmos um certo caminho evolutivo. Ou talvez seja ainda qualquer outra coisa...

Fato é que só me sinto feliz por alguém ter arrumado um emprego, quando essa pessoa já trabalha há anos com isso e AMA o que faz. E não preciso ouvir você dizendo numa roda familiar que ama isso, ou ler no seu facebook. Isso não me convenceria. Só de te ver em ação naquilo que gosta já me traduz o que seria um verdadeiro trabalho digno.