segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Status social

É engraçado quando você começa a parar pra reparar na forma que algumas pessoas agem pra ganhar moral em seus grupos sociais. É bem frequente que o líder da turminha (que geralmente é o cara mais extrovertido) comece a zuar fulano tentando ser o mais engraçadão possível.
Nisso se cria uma grande competição pra ver quem será o grande gozadão da conversa e ao final de cada dia de humilhação gratuita se estabelece uma pequena hierarquia de respeito e "poder" no grupo, e logo também se define o membro mais 'indefeso', que é o cara que vai ser zuado todo dia porque não consegue revidar com palavras e/ou atitudes contra os demais.
Na maioria das vezes eu estive do lado fraco da situação, mas confesso que também já fui o engraçadão e me senti muito babaca depois. Hoje em dia acho que fico até mais puto quando eu não tô em nenhum dos lados e simplesmente vejo tudo acontecer, pelo menos quando é comigo eu dou meu jeito, mas quando vejo alguém preso nessa situação de merda é revoltante. É ridículo ver a forma que a pessoa age pra conseguir respeito perante as pessoas.
O mais interessante nisso tudo, é que se você conversa sozinho com qualquer um dos engraçadões você percebe que a pessoa é TOTALMENTE DIFERENTE do otário que aparenta ser diante dos outros. Quando se está no mano a mano tudo muda, primeiro que não tem o resto do pessoal pro cara chamar a atenção e ser o fodelão da parada, então não há a necessidade da pessoa tentar se sobrepor aos demais. Segundo que numa conversa de tiração de sarro sozinho o risco dele ser o zuado é bem maior, ele não está mais no meio da matilha que vai defende-lo.
Eu realmente não consigo entender como algo tão estúpido pode ser a definição do status social de alguém, realmente não entendo. E é esse tipo de coisa que me desanima cada vez mais de interagir com as pessoas.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Máquina de fazer robozinhos

É impressionante como somos criados numa mesma forma que nos molda a seguir padrões ridículos.
Na nossa infância ninguém nos pergunta o que a gente acha que deve estudar, somos simplesmente jogados na escola onde aprendemos coisas que sabemos que nunca nos servirá pra nada. E os professores sempre dizem que um dia precisaremos disso e quando nos tornarmos adultos nós iremos ver o quanto aquilo é importante. É deprimente crescer e ver que a criança estava certa.
Fico pensando como alguém que gosta ou tem alguma vocação pra desenhar iria longe se seus estudos na escola tivessem mais foco na pintura ao invés de ter o dobro do tempo com aulas de física. Ou quem sabe aquele que gosta de cantar ou tocar algum instrumento e, espera aí, escola pública nem tem aula de música ou canto... pelo menos aqui.
Não existe nenhuma forma de ensino que nos impulsione a encontrar uma verdadeira vocação, algo que desenvolvemos bem, ninguém se importa em nos questionar enquanto há tempo sobre o que nós vamos nos dedicar nas nossas vidas. Então nos jogam com um monte de pessoas com a mesma história, ou relativamente parecida, e somos levados ao dia que refletimos sobre isso e pensamos em como tudo poderia ter sido diferente se algum incentivo decisivo nas nossas vidas tivesse sido aplicado.
Infelizmente quando chega a esse ponto fica muito difícil reverter a situação, nós nos vemos no meio do caminho e são poucos os que tem força de vontade e determinação suficiente pra dar a volta e começar tudo de novo de uma forma que acredite (sem certeza) que valha a pena.
E assim nos tornamos todos iguais. Podemos ser diferentes nos pensamentos, nos empregos, na forma que levamos nossas vidas, mas no fundo, aquela fagulha de singularidade que cada um tem dentro de si já foi afetada, aquele talento único já não é mais o mesmo.
Dessa forma vamos vivendo nossos dias nesse mundo cada vez mais escasso de artistas plásticos, compositores talentosos, poetas geniais e outras pessoas que possam chegar no fim da sua vida e dizer que mudaram a vida de milhares de pessoas.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Diferença entre planos e sonhos

Bom, vamos lá, primeiro tenho que explicar quais são meus planos e quais são meus sonhos:

Meu plano é ter uma casa grande, branca, arejada com um quintal com grama bem cortada e algumas pequenas árvores, um Pegeout 206 azul marinho na garagem e dois pimpolhos cabeludinhos correndo pela casa que no fim da tarde sentariam ao redor da lareira ou na área, próximo à grama, pra ouvir eu tocar Fat Old Sun no violão pra eles e pra uma mulher pela qual eu faria qualquer coisa.
Meu sonho é que isso tudo aconteça em Londres.

Defino como sonho tudo aquilo que dificilmente vai acontecer, e que eu precisaria de muita sorte e dedicação pra conseguir. Já os planos eu imagino como algo que só depende de que eu faça as coisas direito, me esforce bastante e aja.

O problema é que cada vez mais parece que meus planos estão se tornando sonhos. Eu não sei, devo ser meio pessimista, acho que sempre é tarde demais. Ora, pra eu realizar esse meu plano eu preciso de muito dinheiro, talvez muito mesmo, e conseguir vencer no jogo do amor (o que parece ser um pouco mais complicado).

Creio que isso seja algo que leve um certo tempo, e é algo que eu tenho em mente já há alguns anos e desde esses "alguns anos" eu ainda não me vejo muito distante do ponto de partida. É como se fosse uma corrida entre a minha idade e o meu progresso efetivo, e eu vejo a minha idade cada vez mais na frente do que eu construí até agora pra ter isso.

O sol nasce a cada dia e eu vivo hoje da mesma maneira como vivi ontem, e viverei amanhã. É complicado explicar, mas a minha perspectiva de "o que vai acontecer hoje" não muda muito, a não ser em sonhos.

Embora eu olhe pra trás e veja que muita coisa mudou e que eu realmente fiz muita coisa pra isso mudar, é algo que eu esqueço muito fácil e talvez não valorize o quanto deveria. Dou por falta de algum pingo em algum "i" que eu não sei onde está até agora e que eu preciso encontrar, e rápido.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Síndrome de Homem Invisível

Sabe aquele momento que você tem plena certeza de que ninguém sequer notou que você está ali? Acho que você não sabe...
Pode ser um pensamento extremamente egocêntrico da minha parte, mas já passei por esse tipo de situação várias vezes, várias mesmo. Não é nem uma sensação, é uma certeza mesmo, um fato óbvio.
Eu já não sou de falar muito e aí quando resolvo tentar dizer algo 'interessante' as pessoas simplesmente me ignoram. Já teve vezes de eu repetir insistentemente o que tô tentando dizer e não adiantar, já parei na metade quando vi que não estava sendo ouvido e já ignorei o fato de estar sendo ignorado e continuar falando sozinho. Nenhuma das situações foi lá muito agradável.
Não que eu queira ser o centro das atenções, longe de mim. Mas às vezes, só às vezes, eu tenho algo a dizer. Talvez eu não diga as coisas de uma forma bacana o bastante, sou todo travado e não me comunico bem verbalmente. Tenho a impressão que as pessoas têm um pouco de vergonha alheia de mim, eu não sei. Tem alguma pecinha com defeito aqui que eu não sei o que é. Gostaria de saber onde consertam essas coisas...

terça-feira, 24 de julho de 2012

Assunto Padrão

Acho que descobri porque sou tão tímido: AS CONVERSAS SÃO SEMPRE AS MESMAS!


Eu não consigo participar do que eu chamo de assunto padrão, ou conversa padrão. Aquele tipo de assunto que só existe pra 'socializar' com as pessoas, ou apenas por educação, ou porque sabem não têm nada em comum e se não falarem sobre algo padronizado, vai ficar aquele silêncio incômodo.
Perguntas sobre como vai seu emprego, sua família ou o tempo (a mais clássica) me desanimam um pouco porque tanto quem pergunta quanto quem responde pouco se importa. Pra começar é meio raro eu realmente querer saber sobre essas coisas. Preciso gostar muito da pessoa pra que essas questões sejam importantes pra mim.
E quem responde sempre dá uma resposta positiva e programada, quando na verdade todo mundo sabe que tem algo "não tão bom" que não é revelado. Isso é outra coisa que eu me importo em saber, se está tudo bem ótimo, mas é quando as coisas não vão bem que eu posso fazer alguma coisa de útil, aconselhar e dar algum apoio.
A sociedade é tão pragmática com isso que força as pessoas a sempre parecer bem. Todo mundo tem que estar bem, a sociedade não permite que tudo vá mal porque quem se queixa da vida acaba sendo chamado de pessoa melancólica, chata e deixa de ser uma boa companhia. Ora, todo mundo tem seus problemas, será que é tão complicado assim ouvir um problema alheio e tentar por alguns minutos que seja ajudar essa pessoa pra que ela realmente fique um pouco melhor ao invés de todo mundo ficar fingindo estar feliz? Mas que droga.
Se o problema for muito pessoal existe uma solução mais divertida do que ficar padronizando tudo, que é simplesmente ligar o foda-se e falar BESTEIRA, bobagens em geral e qualquer tipo de coisa inventada na hora que personalize e torne aquela conversa única, que deixe aquele dia incrível, qualquer coisa fora do habitual que faça você chegar em casa e se pegar lembrando e rindo disso tudo.
Brincadeiras criativas, zoações sadias, algo que não tenha a menor importância social, mas que arranque vários sorrisos. Tudo isso é tão necessário e simples, mas ninguém percebe.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Liberdade

Alguém já reparou que ela não existe?

Tô há tempos por escrever sobre isso, mas é um assunto tão deprimente pra mim, que sempre fui deixando pra depois.
Mas é isso, liberdade não existe, o que existe é você aceitar ou não o que as pessoas lhe impõe. Aceite-as, e será livre, rejeite-as e será prisioneiro de si mesmo.
Desde os tempos de pré-escola existem exemplos disso, na primeira semana de aula você pode escolher onde quer sentar, mas na outra semana todos os lugares já tem dono. Na pré-escola isso é mais claro, visto que as crianças não são tão hipócritas, mas mesmo em tempos de faculdade as pessoas ficam "meio assim" quando alguém senta naquele lugar que você tá acostumado, ou um estranho aparece no ambiente onde sempre sentou só você e seus amigos.
Isso simplesmente existe em todas as áreas da vida, por mais oculto que seja. E o pior de tudo é que ninguém consegue se livrar disso, ninguém tenta, tá todo mundo encubado numa realidade inventada por alguém que é muito inimigo de grandes mudanças.
Grandes mudanças... acho que é isso que tá faltando pro mundo acordar, algo que mexa com tudo, que tire as pessoas dessa zona de conforto, que façam elas ter que mexer essas bundas gordas de alguma forma, que deixem elas loucas um pouco. Os gênios sempre surgiram em momentos únicos, em tempos que algo grande estava acontecendo, independente de ter sido algo bom ou ruim. E os gênios não surgem mais.
Acho que isso é o que mais me deprime nesse assunto... os gênios não surgem mais, não existem, você só vê em toda parte pessoas programadas, acomodadas, conformadas. Isso é ridículo!
Já vivi 1/4 da minha vida, eu não quero aceitar que o mundo é realmente essa caixinha minúscula que tão me dizendo que é, é impossível ser e tem muita coisa ainda desconhecida a ser desbravada pela humanidade, ela só precisa se importar mais com isso, ter mais curiosidade por isso do que pelo seu próprio umbigo. Pessoas incríveis precisam nascer, e rápido.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Por que você tá lendo isso?

São mais de 2 da manhã e eu resolvi escrever isso logo antes de dormir (mesmo caindo de sono) só pelo fato de que se deixar pra amanhã eu nunca mais vou lembrar desse assunto, tamanha é a sua utilidade na minha vida.
Pois então, estava pensando no motivo que faz as pessoas lerem certas coisas, mais precisamente esse tipo de coisa que eu escrevo. Coisas inúteis e relativamente longas que eu sei que tem gente que lê, mas que nunca entendi realmente o porquê.
Acho que na verdade eu não entendo porque eu não sou o tipo de cara que fica lendo blogs, eu gosto de escrever e odeio ler. Na verdade eu até leio quando estou na árdua tarefa de stalkear alguém, mas deixa pra lá.
Ou melhor não, deixa pra lá coisa nenhuma! Talvez isso seja uma pista, talvez as pessoas gostem de ler essas porcarias porque simplesmente gostam de saber da vida dos outros, ou dos pensamentos dos outros, ou seja lá o que for. Talvez seja curiosidade.

Ou talvez siga mais ou menos o motivo pelo qual as pessoas assistem vlogs, acham divertido, engraçado ou interessante. Se bem que isso não se enquadra nem um pouco nos meus textos, fora o fato de que ler requer muito mais tempo e saco do que assistir algo.
Eu realmente queria escrever algo bem imenso dessa vez pra chegar lá no final e dar uma boa sacada sobre como você perdeu tanto tempo lendo isso e blablabla, mas tá chovendo ainda por cima e isso praticamente faz a força gravitacional da minha cama ficar 1000 vezes maior que a da Terra. Ah, como eu gosto de forçar ser engraçado sem ser, ah, como eu to com mil assuntos na cabeça e queria escrever todos agora e bagunçar tudo aqui, ah, ah, ah, vou dormir.

domingo, 27 de maio de 2012

Quantas pessoas você conhece?

Acabo de me pegar pensando nisso. Quantas pessoas eu conheço? Não estou falando de saber o nome da pessoa e conversar por um dia, um mês, um ano. Estou falando de realmente CONHECER uma pessoa.

Falo isso porque ontem eu tava tentando calcular quantas pessoas realmente me conhecem. Esse "conhecer" que tô repetindo tanto se refere a entender o íntimo de alguém, entender porque está com medo, porque agiu de modo X, Y ou Z, entender quando está totalmente sozinho (a) e precisa de atenção, um carinho, o que quer que seja. Acho isso algo muito difícil de acontecer, acho que nem minha mãe realmente me conhece.
Infelizmente parar pra pensar nisso é terrível, o fato de eu não conhecer alguém de verdade e de pensar o quão difícil é isso me deixa meio sem rumo na vida, sabe... Vale mesmo ter amigos que você não sabe sequer identificar quando está triste? Isso é um fato, quantas pessoas você vê todo dia e é sempre incrível como todas sempre estão "bem". Aquela pergunta clichê de todo dia de "Oi, tudo bem?" sempre vem acompanhada do "sim" mais cínico de todos. Por mais que alguém esteja bem, sempre vai haver algum probleminha, mas todo mundo sempre fala que está tudo bem. E se não fala, a pessoa se torna aquela que traz más notícias, o tipo de gente que ninguém quer por perto, porque todo mundo insiste que vivemos no País das Maravilhas e tudo tem sempre que estar feliz e bem e toda essa ignorância ridícula.


A vida é basicamente ruim, na verdade. Ruim, com alguns momentos bons espalhados por ela e esses sim são os momentos que você tem que parar e admirar.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Ficando velho

Como dá medo quando a gente vê que o tempo tá passando rápido pra caralho, parece coisa de criança, mas pensar que todo mundo vai morrer um dia me dá frio na barriga. Pior é comparar que esse dia não demora muito pra chegar.
Até ontem eu tava pouco me fudendo pra isso tudo enquanto brincava de carrinho no tapete, mas hoje, uns 15 anos depois... porra, como é estranho escrever isso... "15 anos depois", frases assim sempre foram algo de que eu não me lembraria ou sequer tinha nascido. Enfim, 15 anos depois eu me vejo numa vida totalmente diferente, tendo que me preocupar com coisas que eu nunca fiz a menor questão de pensar. Bem, se já foram 15 anos, mais dois períodos iguais a este e eu vou ter 52 anos, estranho pensar nisso, se 15 anos foram rápidos assim, 30 não deve ser muito diferente...
Mas isso é o tipo de coisas que quando penso, trato logo de balançar a cabeça bem rápido pra jogar os pensamentos bobos pra fora dela.
O que me assusta mesmo é ver como as pessoas conseguem se adaptar ao tempo e eu não. É realmente a coisa mais assustadora do mundo ver trocentos amigos casados, com filhos, com casa, com carro e eu aqui.
Esse "aqui" que eu disse pode ser vários lugares, tudo menos onde eu realmente deveria estar. Meu "aqui" no fim de semana se resume a jogar pokémon de tabuleiro, ou RPG online, ou futebol. Nos dias de semana é mandar currículo pra tudo que é lugar, pra tentar entrar nessa rotina necessária que todo mundo tem pra sobreviver, mas como não tenho talento algum, o resto do dia se resume e ficar vadiando pela net, assistindo Chaves, jogando e no final do dia ir pra facul pra acompanhar um pouco mais como todo mundo é velho.
Diversão pra mim acaba sendo um tanto diferente do que é pra maioria, acho que é por isso que quando eu era criança eu era bem mais sociável e extrovertido, eu TINHA assunto com todas as outras crianças, tinha muita coisa em comum, mas agora todo mundo ficou chato ou eu virei um retardado.